A Caixa Econômica Federal abre inscrições nesta sexta-feira (19) para formação de cadastro de reserva para cargos de nível médio e superior. Como os editais contemplam previsão de aberturas de vagas para todo o país, o concurso deve ser bastante concorrido, principalmente para o cargo de técnico bancário, cujo salário é de R$ 1.452 e que exige nível médio de escolaridade.
No último concurso do banco em âmbito nacional, exceto para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, em 2008, foram 767 mil inscrições - número de inscritos recorde, segundo a Caixa.
O G1 ouviu especialistas para dar dicas de estudo e pediu que dois cursos preparatórios para concursos elaborassem simulados para que os candidatos a técnico bancário possam testar seus conhecimentos. Abaixo é possível ainda acessar as provas anteriores dos concursos para o cargo. Os exames serão nos dias 9 e 16 de maio, portanto, os candidatos têm ainda quase dois meses para se preparar.
Clique aqui para ver o simulado da Central de Concursos
Clique aqui para ver o simulado da Academia do Concurso (várias disciplinas)
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Diferença entre editais
Paulo Estrella, diretor pedagógico da Academia do Concurso, afirma que não houve mudanças drásticas no conteúdo de português em relação ao último edital do concurso - apenas a retirada da redação oficial.
De acordo com ele, na disciplina de ética, houve a introdução do código de conduta da alta administração pública. Já atualidades não é mais cobrada nesse novo concurso, mas no lugar há história e estatuto da Caixa. A disciplina de atendimento não sofreu nenhuma alteração, segundo o professor.
Na disciplina de matemática, ele afirma que a parte básica está limitada a funções exponenciais e logarítmicas. Já na parte financeira o conteúdo da disciplina de estatística está bastante genérico.
De acordo com Estrella, o conteúdo de raciocínio lógico e matemático foi abolido do conteúdo de matemática. Já o de conhecimentos bancários foi simplificado, saíram documentos comerciais e títulos, tipos de garantias, produtos e serviços financeiros.
“Nesse novo edital uma nova disciplina foi acrescida no conteúdo de conhecimentos básicos, a legislação específica que vem com um pequeno conteúdo de direito do trabalho, FGTS e PIS, além de alguns itens de direito administrativo e constitucional com os princípios constitucionais da administração pública”, informa.
De acordo com ele, em noções de informática foi introduzido o conteúdo de Linux.
“Para o técnico bancário na área de tecnologia da informação, os conhecimentos básicos são exatamente os mesmos, nos conhecimentos específicos temos conhecimentos bancários com conteúdo bastante simplificado. Obviamente o conteúdo de informática ficou bem mais complexo, incluindo linguagem de programação, redes, banco de dados, desenvolvimento de sistemas e software”, informa.
“Esse concurso é indicado para os antigos candidatos ao cargo de técnico do Bacen, de assistente técnico da Receita Federal e de escriturário do Banco do Brasil”, comenta Estrella.
Dicas gerais
Sylvio Motta, editor de concursos da editora Campus-Elsevier e diretor do curso Companhia dos Módulos, diz que não há mudanças significativas em relação ao conteúdo programático do último edital do concurso. Para ele, o candidato deve se preocupar com as matérias de ética e conhecimentos bancários. “Quem já vinha estudando português, matemática e informática, que sempre caem em concursos da área bancária, deve fazer a manutenção dessas matérias básicas e investir nas novas”, recomenda.
Motta diz que o nível da prova é mais acessível e não vê grandes complicações para o candidato para o cargo de nível médio. “Não é concurso para reprovar, é para selecionar os melhores. Mudou a banca, mas o Cespe/UnB vai fazer uma prova estilo Cesgranrio. Dá para estudar por prova anterior da fundação”, afirma.
Motta dá uma dica de técnica de memorização para matérias de legislação da prova de conhecimentos básicos. Ele indica que o candidato pegue os principais artigos das leis e apague dos textos palavras-chaves que ele considera importantes. Ao final o candidato terá um texto cheio de lacunas. Depois de 48 ou 72 horas, ele deve pegar o texto com as lacunas e tentar preenchê-las. “Ajuda na memorização em provas de legislação quando as bancas exigem questões literais”, afirma.
Carlos Arthur Newlands, professor de conhecimentos bancários e sistema financeiro em cursos preparatórios, além de autor do livro “Sistema Financeiro e Bancário”, pela Campus/Elsevier, afirma que nos próximos 50 dias a prioridade absoluta do candidato deve ser somente estudar para a prova. “Tem que estudar todo dia, todo o conteúdo do edital, porque é uma prova muitíssimo disputada. Quanto mais questões o candidato acertar mais bem colocado ele estará e às vezes uma questão pode ser a diferença”, diz.
Segundo Newlands, nas disciplinas de conhecimentos básicos a maior parte do conteúdo exige conhecimentos específicos, como ética, atendimento, história e estatuto da Caixa e legislação. “A própria matemática é financeira, o que caracteriza também conhecimentos específicos. Básico mesmo é só a língua portuguesa”, afirma.
“Entraram nesse novo edital conhecimentos de história e estatuto da Caixa e legislação específica. Já noções de informática são para nível de usuário de computador.”
Conhecimentos bancários
Para ele, a parte de conhecimentos bancários está similar ao edital anterior, mas com conteúdo menos extenso. Segundo Newlands, o conteúdo é maior para quem pretende concorrer para a área de atendimento nas agências do que na de tecnologia da informação, principalmente o item 5.
Por isso, o professor recomenda que os candidatos aprofundem os estudos em relação ao item 5, pois, além de ser o mais extenso, a organizadora do concurso, o Cespe/UnB, costuma pedir esses assuntos nos concursos.
“É praxe as provas do Cespe terem questões de sistema financeiro e conselho monetário nacional e Banco Central”, diz.
Newlands afirma que é importante fazer provas anteriores, mas o candidato deve tomar cuidado porque como a maioria dos exames do Cespe tem questões de certo e errado, o candidato deve procurar provas de múltipla escolha da banca, ou da Fundação Cesgranrio e Fundação Carlos Chagas.
Além disso, segundo ele, no caso da matéria de conhecimentos bancários, a legislação e a regulamentação costumam mudar muito. “A Comissão de Valores Mobiliários baixa instruções, o Banco Central baixa circulares e o Conselho Monetário Nacional baixa resoluções. Por isso tem que tomar cuidado com as provas anteriores, pois de 2007 para trás muita coisa mudou”, ressalta.
Língua portuguesa
Ernani Pimentel, professor de língua portuguesa e autor dos livros “Gramática pela Prática, Análise Sintática Visual e Intelecção e Interpretação de Texto”, pela Vestcon, diz que o Cespe/UnB costuma apresentar textos e a partir deles lançar as questões.
“Os textos são adequados à área de trabalho do candidato, no caso desse concurso devem ser das áreas bancária e financeira”, afirma.
De acordo com Pimentel, a maior parte das questões é para interpretação de textos. Em relação às novas regras ortográficas, o professor diz que o Cespe/UnB costuma dizer no enunciado se será cobrado o conteúdo do novo acordo. “Eles costumam dizer: ‘assinale a alternativa cujas palavras estão de acordo com a nova ortografia’. Por isso o candidato deve estar por dentro das novas regras”, alerta.
Progressão dentro do banco
Carlos Arthur Newlands, que é funcionário da Caixa há 28 anos, diz que muitos candidatos deverão ser chamados para assumir as vagas, pois no quadro da Caixa há vários empregados que estão se aposentando.
De acordo com ele, o técnico bancário tem progressão dentro da própria carreira – o salário pode chegar a R$ 4 mil. Além disso, dentro da Caixa o funcionário pode fazer processo seletivo interno para assumir cargos comissionados nas áreas gerenciais e técnicas, e por esses cargos ele recebe gratificação – nesse caso é necessário ter nível superior.
Além disso, a Caixa tem uma universidade corporativa interna que oferece cursos livres para aperfeiçoamento nas áreas de atuação.
De acordo com Newlands, a Caixa ainda tem dois programas de incentivo que reembolsam mensalidades de cursos de graduação e pós-graduação.
Fonte: G1